Mesa redonda: “Indústria Extractiva e o Conflito em Cabo Delgado e suas consequências para Moçambique ”Especialistas discutem sobre impacto da descoberta dos recursos naturais e insurgência em Cabo Delgado

Académicos, jornalistas, activistas e representantes de várias organizações da sociedade civil reuniram-se, em Maputo, para discutir sobre o impacto das descobertas dos recursos naturais e insurgência em Cabo Delgado, numa mesa redonda organizada pela OXFAM. 

Subordinada ao tema – Indústria Extractiva, Insurgência em Cabo Delgado e suas Consequências para Moçambique: Entre o Boom e a Maldição de Recursos, os especialistas falaram sobre impacto económico, social, e político do conflito, reflectiram sobre os Direitos Humanos, igualdade de género e situação da mídia em Cabo Delgado. Maria Arthur, representante da WLSA (Women and Law in Southern Africa) reflectiu sobre género e direitos humanos no contexto de guerra. “A situação da violência das mulheres, no contexto de conflitos armados, é dada atenção quando atingem níveis extremos”, disse Maria Arthur. 

As mulheres são empurradas à prostituição e mendicidade porque vêm-se desapossadas dos seus bens (terras) pelas empresas de exploração de gás em Cabo Delgado. Tomás Jaime Langa, da AMA (Associação do Meio Ambiente), recomendou que Governo de Moçambique faça esforço para manter boas relações com países vizinho e gerir de forma transparente os processos de exploração dos recursos para evitar que o conflito armado em Cabo Delgado não se alastre para outras áreas da região norte, principalmente pelas descobertas feitas recentemente em Nampula

Inocência Mapisse, do CIP (Centro de Integridade Pública), explicou que a paralisação das actividades de exploração de gás, por causa do conflito, causou défice de arrecadação de impostos e reduziu níveis de emprego na província. Para Lázaro Mabunda, o conflito deteriorou a liberdade de imprensa em Cabo Delgado. Há registo de ameaças, raptos e detenções de jornalistas, e os principais suspeitos são as partes envolvidas no conflito, acrescentou Lázaro Mabunda.

Este evento enquadra-se no âmbito do projecto Norad Oil Development, implementado pela Oxfam, em parceria com o CIP, WLSA, Sekelekane e Mídia Lab.